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Haiti, Palestina, Ucrânia: Entre os maiores desafios da comunidade internacional

Emmanuel Paul
Emmanuel Paul - Journalist/ Storyteller

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony J. Blinken, afirmou na quinta-feira que a situação no Haiti é um dos desafios mais urgentes enfrentados pela comunidade internacional, enquanto lançava um debate sobre o desdobramento de uma missão multinacional em apoio à polícia haitiana para combater as gangues armadas, à margem da Cúpula de Ministros das Relações Exteriores do G20, realizada nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2024, no Rio de Janeiro, Brasil.

O Haiti, primeira República negra do mundo, enfrenta uma grave crise política, de segurança e humanitária. Este debate, organizado sob o tema “Enfrentando o desafio no Haiti”, teve como objetivo sensibilizar os países mais ricos do mundo (G20) para contribuírem com o financiamento da missão multinacional de apoio à segurança no Haiti.

“Nestes últimos dois dias, os ministros das Relações Exteriores do G20 se reuniram, e muitos parceiros também se uniram, para apoiar uma missão comum definida assim pelos nossos anfitriões: ‘Construir um mundo justo e um planeta sustentável’. Resolver conflitos, garantir que as comunidades sejam mais pacíficas e estáveis, assegurar que o sistema internacional responda aos desafios do nosso tempo. Isso foi o cerne das discussões nestes últimos dois dias, e acredito que não erraremos ao dizer que um dos desafios mais urgentes que enfrentamos como comunidade internacional é o do Haiti”, disse Blinken.

O Secretário de Estado destacou que mais de 1.100 pessoas foram mortas, feridas ou sequestradas no país caribenho em janeiro de 2024, o mês mais violento no Haiti nos últimos dois anos, segundo as Nações Unidas.

“As gangues agora controlam 80% da capital, Porto Príncipe. Os grupos armados recorrem a agressões sexuais e estupros para aterrorizar a população. A violência também bloqueou as rotas comerciais e os meios de fornecimento de ajuda, e fechou escolas. Grupos criminosos cortaram o acesso a alimentos, água potável, atendimento médico e eletricidade. Metade do país come apenas uma vez por dia. Três milhões de crianças precisam de ajuda humanitária imediata. E o conflito se estende para o norte, em direção ao celeiro do Haiti, ameaçando o fornecimento de alimentos de todo o país”, descreveu o Sr. Blinken.

O Secretário de Estado destacou os esforços de seu país para reduzir a violência no Haiti e melhorar a situação em benefício do povo haitiano. Os Estados Unidos, disse Blinken, forneceram mais de 300 milhões de dólares em alimentos, água potável, cuidados de saúde, serviços para vítimas de violência de gênero e outras ajudas humanitárias. Também foram alocados 189 milhões de dólares desde julho de 2021 para ajudar na seleção, treinamento e profissionalização da polícia nacional haitiana, fornecendo veículos, equipamentos de proteção, ferramentas de comunicação e outros suprimentos essenciais. Estamos implementando sanções e restrições de visto para combater a impunidade das pessoas que financiam ou promovem a violência. O líder americano garantiu que os Estados Unidos já são, na atualidade, o maior doador de ajuda ao Haiti e estão comprometidos em ampliar seus esforços.

“Mas sabemos que esse apoio não é suficiente, não é suficiente para que os haitianos recuperem seu país. Devemos fazer mais para ajudar a polícia nacional do Haiti a estabilizar a situação de segurança para que a ajuda possa ser entregue de forma eficaz e chegue às pessoas que precisam, para que os haitianos não tenham que viver com o medo das gangues e para que o Haiti retome plena e firmemente o caminho da democracia”, continuou Blinken.

O Secretário de Estado declarou que a melhor maneira de garantir o futuro para os haitianos é através da Missão Multinacional de Apoio à Segurança autorizada pelas Nações Unidas. Isso é o que a esmagadora maioria dos haitianos está solicitando, afirmou.

Ele observou que desde que, como resultado da adoção em outubro passado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas da resolução 2599, foram organizadas conferências de planejamento, incluindo uma em Washington na semana passada, e visitas de avaliação, com o objetivo de preparar esta missão que será implantada no Haiti.

“Entretanto, o sucesso desta missão depende de nossa capacidade de mobilizar as contribuições internacionais de que ela precisa”, afirmou Antony Blinken. E acrescentou: “A melhoria da situação de segurança no Haiti é do nosso interesse coletivo. Todos nós queremos prevenir migrações irregulares destabilizadoras. Todos nós queremos combater a violência criminal e o tráfico de armas. Todos nós queremos ajudar as comunidades haitianas necessitadas. A comunidade internacional liderou esforços internacionais para apoiar o Haiti durante décadas. Mas precisamos ajudar o Haiti a conduzir esses esforços”.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos aproveitou esta discussão para expressar sua “profunda gratidão” ao governo do Quênia por sua disposição em liderar esta missão, e para reconhecer outros países, especialmente do Caribe.

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