Noroeste do Haiti isolado: apelo urgente ao restabelecimento do acesso aéreo regular

O Noroeste do Haiti está a enfrentar uma situação crítica de inacessibilidade, especialmente por via aérea, de acordo com uma carta aberta dirigida aos ministros competentes. As 19 organizações do Noroeste, co-signatárias da carta, alertam para a deterioração da situação que priva a região de todos os acessos aéreos regulares, agravando assim o seu isolamento que já existe há muitos anos.

A carta recorda que nenhuma companhia aérea serve actualmente as pistas do departamento, o que torna as deslocações extremamente difíceis para a população e as instituições locais. As estradas são também marcadas pela insegurança, nomeadamente em zonas como Gros Morne, Pont-Sondé, Côte-des-Arcadins e Canaan. Perante esta situação, os habitantes do Noroeste enfrentam múltiplos desafios no acesso aos serviços essenciais e centralizados na capital, Port-au-Prince.
“As consequências deste isolamento aéreo fazem-se sentir em diferentes zonas. Os profissionais deixam de poder viajar, as emergências de saúde ficam sem solução, as famílias são separadas e vivem com medo de imprevistos, enquanto as empresas, hotéis e outras entidades enfrentam grandes dificuldades económicas, com interrupções no comércio, nos fornecimentos e nos clientes.

A carta aberta apela às autoridades para que considerem soluções urgentes para restabelecer o acesso aéreo regular ao Noroeste. Refere ainda tentativas anteriores, incluindo a inclusão da reabilitação deste destino no orçamento nacional para o exercício de 2009-2010, e sugere que sejam efectuadas diligências junto das companhias aéreas e dos fabricantes de aviões para encontrar soluções concretas.
Os signatários sublinham que, apesar de outras questões vitais na região, a restauração do acesso aéreo é uma medida urgente, necessária e indispensável para facilitar outras intervenções para a população.

“A situação precária no Noroeste do Haiti e o apelo lançado por estas 19 organizações evidenciam os desafios enfrentados por esta região isolada do resto do país. As autoridades são instadas a actuar rapidamente para restabelecer as ligações aéreas regulares e abrir caminho a melhorias significativas para a população local.
Entre os signatários da carta contam-se organizações como a ADEMA Ansanm pou yon Demen Miyò, AGRER, ATD Fourth World, AVSI Association des Volontaires pour le Service International, Caritas Suíça, GADEL Groupe d’Appuie au Développement Local e o Centre de Recherches et d’Analyse en Développement Local CRADEL.