Eleições 2022: Campanha eleitoral de pais, filhos, tios, cunhados e primos
Eleições serão realizadas em outubro de 2022
Por César Santos – JORNAL DE FATO
Em Brasília, no ano de 2018, deputados federais formaram uma força-tarefa para fragilizar a lei que proíbe a indicação de parentes e amigos para cargos de chefias em estatais. O movimento foi visto como uma resistência à ameaça de acabar com a tradição – nociva – de a política brasileira ser um “negócio de família”.
O cientista político Ricardo Costa Oliveira, que estuda a presença das famílias no poder, na época ouvido pelo site The Intercept Brasil, apontou que 62% da Câmara dos Deputados é formada por parlamentares originários de famílias políticas, enquanto no Senado esse número pega o elevador e chega à casa dos 70%. São praticamente dois terços do Congresso Brasileiro ocupados por famílias tradicionais da política.
Esse cenário não deve mudar nas eleições deste ano. A tradição nepotista deve continuar e até aumentar, se o eleitor brasileiro chancelar, com o voto, o domínio parentesco da politica brasileira. Em todos os estados, sem exceção, as famílias de políticos vão buscar aumentar o poderio com candidaturas, principalmente, ao Legislativo.
No Rio Grande do Norte, o cenário que se desenha sugere que as famílias vão dominar as principais faixas de disputas à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. Levantamento feito pela reportagem do JORNAL DE FATO, com base em pré-candidaturas lançadas, revela que mais de duas dezenas de candidaturas serão de pais, filhos, sobrinhos, primos e cunhados.
Três casais vão ocupar seis candidaturas:
– O deputado estadual Bernardo Amorim…