Foi um dos momentos muito esperado da visita do Presidente dos EUA Joe Biden à Polónia nesta parte da Europa Oriental, após a sua visita surpresa à Ucrânia na segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2022.
Durante esta viagem histórica nesta parte da Europa, alguns dias antes do primeiro aniversário do início da ofensiva russa na Ucrânia, o chefe da Casa Branca mencionou acima de tudo o artigo 5 do tratado da Aliança Atlântica (OTAN), segundo o qual “um ataque a um é um ataque a todos”.
Neste discurso de quase meia hora, o presidente americano reiterou o forte empenho dos Estados Unidos na OTAN, enfrentando a Rússia que, segundo ele, constitui uma ameaça direta a vários países da União Europeia, particularmente aos países da Europa de Leste.
Num esforço para mostrar um forte compromisso com Vladimir Putin, Joe Biden, aos aplausos da audiência aplaudida em frente ao Palácio Real em Varsóvia, a capital política da Polónia, fez aquilo a que chamou o juramento sagrado do Artigo 5º do tratado da Aliança Atlântica assinado em 1949, que tratava da sólida unidade dos membros da OTAN.
Falando apenas horas após o discurso do Presidente russo, no qual anunciou que o seu país deixaria de participar no acordo de desarmamento nuclear New Start, Joe Biden elogiou também a força e o orgulho do povo ucraniano face ao ataque do exército russo lançado em Fevereiro de 2022.
Mais adiante, o Presidente dos EUA anunciou com grande alarido a celebração do 75º aniversário da Aliança Atlântica, numa cimeira a realizar nos EUA no próximo ano. A ocasião para louvar esta união que, segundo ele, foi “mais forte e mais unida do que nunca”. Aproveitou a oportunidade para anunciar que a Suécia e a Finlândia irão em breve aderir à OTAN, apesar de várias tentativas de Vladimir Putin para bloquear o processo de integração destes dois países na OTAN.
O 46º Presidente dos Estados Unidos expressou o apoio inabalável do seu país e de outros membros da OTAN à Ucrânia, argumentando que desde o início da ofensiva militar de Vladimir Putin, os Estados Unidos já prestaram assistência militar avaliada em mais de 44 mil milhões de dólares à Ucrânia.
Joe Biden, que foi bastante ofensivo no seu discurso, declarou que a invasão da Ucrânia nunca será uma vitória para a Rússia enquanto denunciar os crimes de guerra e atrocidades cometidos pelas forças russas contra a corajosa população civil ucraniana.
Joe Biden condenou a atitude de Vladimir Putin que apenas quer fazer a guerra, ao contrário da OTAN e dos seus parceiros. Segundo ele, ao contrário do que o governo de Moscovo afirma,
o Ocidente não está a conspirar para atacar a Rússia.
Biden não perdeu a oportunidade de elogiar a coragem do Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyi. Um ano após as bombas terem começado a cair, depois dos tanques russos terem entrado na Ucrânia, a Ucrânia ainda é independente e livre. De Kherson a Kharkiv, os combatentes ucranianos retomaram o seu território. O Presidente Zelenskyi continua a liderar um governo democraticamente eleito que representa a vontade do povo ucraniano. E o mundo já votou repetidamente, incluindo a Assembleia Geral da ONU, para condenar a agressão russa e apoiar uma paz justa”, disse ele.
É de notar que o presidente americano, de acordo com a sua agenda, deverá reunir-se na quarta-feira 22 de Fevereiro com os líderes dos nove países de Bucareste, que reúne desde 2015, todos os países do flanco oriental da NATO, desde o Mar Báltico até ao Mar Negro (Bulgária, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Roménia, Eslováquia e República Checa).
Note-se que é a segunda visita de Joe Biden a Varsóvia em apenas um ano desde que a invasão russa da Ucrânia começou, em Fevereiro de 2022. De acordo com alguns analistas, esta visita é feita para assinalar a importância da Polónia como cabeça-de-ponte para a NATO na região.
Pierre Philor Saint-Fleur