Itabira, na região Central do Estado, corre contra o tempo. A cidade de Carlos Drummond de Andrade, com cerca de 121 mil habitantes e berço da mineradora Vale, precisa fazer em apenas nove anos um dever de casa adiado, ou realizado sem sucesso por décadas: diversificar a economia local o suficiente para deixá-la independente da mineração.
Isso porque o município vive há 80 anos a dependência econômica da atividade minerária. Sua história e desenvolvimento praticamente se confundem com a da exploração mineral, cujo fim, segundo previsões da Vale, será em 2031.
Cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos podem deixar de existir daqui a nove anos se nada for feito. O fim da exploração mineral em Itabira também pode significar perda de 80% na arrecadação municipal.
Muitas são as potencialidades da terra de Drummond, mas a verdade é que há pouquíssima coisa concretizada. Esse é o tema desta semana do #JuntosPorMinas, projeto do DIÁRIO DO COMÉRCIO que aborda gargalos e desafios do Estado a serem transformados em oportunidades de crescimento, inclusão e transformação social.
Na entrevista abaixo, o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), detalha como anda essa corrida contra o tempo e o plano de ação municipal. Ele diz ter a exata noção do momento histórico que Itabira atravessa. “Estamos diante de uma revolução, de um legado que está sendo construído e que deverá servir de exemplo para outras tantas cidades que ainda terão anos e anos de exploração mineral”.
Sem querer se posicionar como juiz da história, Lage fala de erros do passado. “Se chegamos a 10 anos do fim da mineração sem ações concretas para a sustentabilidade no pós-exaustão, então, sim, houve erros”.
Confira a seguir
Qual é hoje, e qual era décadas atrás a representatividade da mineração no PIB do município?
A dependência econômica de Itabira da mineração é muito grande. Era assim há décadas e…