A administração de Joe Biden pode desenvolver um novo programa que forçaria os requerentes de asilo haitianos, cubanos e nicaraguenses a candidatarem-se nos seus respectivos países de origem.
Anteriormente em vigor para os venezuelanos, os haitianos no Haiti com ligações a pessoas nos EUA podiam pedir asilo no Haiti, segundo o Politico, citando fontes próximas da Casa Branca.
Se implementado como planeado, o novo programa permitiria também ao governo dos EUA recusar a entrada de imigrantes haitianos que chegam à fronteira sul dos EUA em busca de asilo.
Este programa já permitiu que mais de 24.000 venezuelanos entrassem legalmente nos EUA. Milhares de cidadãos do país de Nicolas Maduro também foram deportados. “Se implementada, a política ajudaria a administração a lidar com números recorde de pessoas em fuga para os Estados Unidos, mas também a exporia a críticas por utilizar uma ferramenta da era pandémica”, informou Politico num artigo de 31 de Dezembro.
O novo programa faria parte da implementação da lei da saúde conhecida como Título 42, que foi reinstituída pelo Supremo Tribunal dos EUA, apesar das numerosas tentativas da administração de Joe Biden para inverter a controversa política implementada pelo antigo Presidente Donald Trump.
Como resultado do novo programa, o número de venezuelanos que tentaram entrar ilegalmente nos EUA através da fronteira sul diminuiu mais de 70% em Novembro de 2022, de acordo com dados divulgados pelas autoridades aduaneiras americanas citadas pelo Politico. Isto está a levar a administração a procurar expandi-lo para mais três países no início deste ano.
Os defensores dos direitos dos imigrantes já levantaram a voz para denunciar o programa, o que coloca em risco a vida de milhares de cidadãos das Caraíbas e da América Central que procuram refúgio nos EUA. Eles acusam Joe Biden de implementar a política de migração racista de Donald Trump.
Milhares de migrantes encontram-se actualmente em vários pontos de fronteira EUA-México à espera do melhor momento para atravessar para os EUA. Um momento que poderá nunca chegar devido à decisão do mais alto tribunal dos EUA de manter temporariamente o Título 42 até uma decisão final este ano.