Do movimento estudantil à magistratura suprema do Estado, a espantosa viagem do esquerdista.
Na segunda volta das eleições presidenciais de 19 de Dezembro, o esquerdista Gabriel Boric ganhou o cargo supremo do Estado chileno contra o seu rival de extrema-direita, José Antonio Kast.
O líder esquerdista estudou direito e não terminou os seus estudos. Esteve envolvido na luta dos estudantes para alcançar uma educação gratuita e acessível para todos. Tornou-se presidente da Federação de Estudantes do Chile.
Nascido a 11 de Fevereiro de 1986, o filho de Punta Arénas, no sul da Patagónia, está determinado a oferecer à maioria dos cidadãos chilenos o melhor ambiente de vida possível. Em 2014, foi eleito para os 38º e 28º distritos no âmbito do Partido da Convergência Social.
O vencedor presidencial apoiou os solavancos de 2019 provocados pela situação socioeconómica. Ele também fez campanha pela reforma constitucional que soou o toque de morte do regime de Pinochet.
Em 2021, concorreu à presidência contra o candidato de extrema-direita José Antonio Kast, ganhando 55% dos votos contra 44% do seu rival em 99,96% das sondagens.
O regresso da esquerda ao poder é acompanhado pelo reforço de programas socioeconómicos destinados a proporcionar todo o bem-estar necessário ao povo chileno. Gabriel Boric, o presidente mais jovem da história do Chile, terá de enfrentar grandes desafios, incluindo o reforço dos direitos dos trabalhadores através do aumento do salário mínimo, a generalização do sistema de pensões e a implementação de um programa de seguro de saúde universal.
O recém-eleito presidente terá também de enfrentar a espinhosa questão da reforma da polícia chilena e aumentar gradualmente a carga fiscal sobre as empresas e os ricos da economia chilena. A reforma do país mais desigual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é um desafio para Gabriel Boric, que assumirá as rédeas do Chile em Março.