BERLIM E MOSCOU — Governos ocidentais elevaram o tom dos alertas sobre o risco de uma invasão russa da Ucrânia, ao final de uma semana marcada por poucos avanços diplomáticos e pela guerra de versões entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e Moscou. Neste cenário, está previsto, neste sábado, que o líder russo, Vladimir Putin, mantenha conversas telefônicas separadas com os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron.
Em visita à Austrália, o secretário de Estado, Antony Blinken, seguiu o tom alarmista adotado por Biden na véspera e afirmou que uma invasão russa é iminente.
— Colocando de forma simples: continuamos a ver sinais preocupantes de uma escalada russa, incluindo a chegada de novas forças na fronteira com a Ucrânia — declarou Blinken, em entrevista coletiva. — Como mencionamos antes, estamos em uma janela de invasão, que pode ocorrer a qualquer momento, incluindo durante a Olimpíada — completou.
Blinken se referia aos Jogos de Inverno, que ocorrem em Pequim até o dia 20 de fevereiro — analistas lembram que, em 2008, a intervenção russa na Geórgia teve início dias antes da Olimpíada daquele ano, realizada também na capital chinesa.
No começo da tarde, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, repetiu o alerta, e pediu que todos os cidadãos americanos deixem a Ucrânia em até 48 horas. Embora não confirme ter informações de inteligência sobre uma decisão final de Putin de invadir a Ucrânia, ele afirma que a Rússia já posicionou as forças necessárias para uma invasão de grande porte, e que o Kremlin estaria buscando uma motivação para atacar. Sullivan declarou ainda que a primeira etapa de uma eventual guerra seria uma série de bombardeios…