
Vídeos mostrando o deslocamento de tanques e caminhões do Exército da Rússia sobre uma locomotiva e a presença de militares de Moscou na Bielorrússia sugeriam, ontem, que o alerta do governo dos Estados Unidos parecia fazer sentido. “Acreditamos que estamos em um estágio em que a Rússia pode, a qualquer momento, lançar um ataque contra a Ucrânia”, declarou Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, ao classificar a situação como “extremamente perigosa” e garantir que “nenhuma opção está descartada”. Em uma insistente e quase desesperada aposta na diplomacia, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, viajou ontem a Genebra para se reunir com o chanceler russo, Serguei Lavrov, na sexta-feira. Washington espera convencer Moscou a desescalar a tensão. O presidente Vladimir Putin deslocou mais de 100 mil soldados para a fronteira da Ucrânia.
“O que o secretário Blinken fará é destacar que existe um caminho diplomático pela frente”, ressaltou Psaki. “É escolha do presidente Putin e dos russos decidir se vão sofrer graves consequências econômicas ou não.” A tarefa de Blinken não será nada fácil. Ontem, a Rússia exigiu respostas “concretas” antes de continuar a discutir sobre a Ucrânia. Uma das exigências do Kremlin é impedir um avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no leste da Europa, com a incorporação de países da região.
Em conversa telefônica, Blinken disse a Lavrov que a diplomacia é a solução para mitigar a crise. Ele ouviu do homólogo russo que Moscou aguarda um retorno imediato sobre as demandas apresentadas ao Ocidente. A Rússia teme que a Ucrânia, ex-república da extinta União Soviética, se transforme em uma espécie de base militar para forças…