Por iniciativa conjunta da União dos Estudantes Negros e do Centro Belfer de Ciência e Relações Internacionais da Universidade de Harvard, foi organizada uma conferência-debate na terça-feira em torno do tema: “Relações EUA-Haitianos: Análise da Política Externa dos EUA no Haiti”.
O objectivo era explorar as disparidades na implementação das políticas externas e de imigração dos EUA em todo o mundo. Os organizadores também pretendiam examinar “a evolução da forma como os Estados Unidos se relacionam com o Haiti e os haitianos, tanto na ilha como em solo americano”.
Várias figuras proeminentes incluindo o Professor Robert Fatton e a repórter do Miami Herald, Jacqueline Charles, falaram no evento. As discussões centraram-se na política de migração dos Estados Unidos para o Haiti.
Na sua apresentação, Robert Fatton, Professor de Governo e Negócios Estrangeiros no Departamento de Ciência Política da Universidade da Virgínia, salientou o abuso sistemático dos migrantes haitianos por parte das autoridades norte-americanas. Recordou também como os governos dos EUA têm utilizado o seu sistema de saúde para discriminar os imigrantes haitianos. Como exemplo, mencionou a utilização do VIH/SIDA e do Título 42 para manter os haitianos que procuram refúgio nos EUA à distância.
O Professor Fatton também lamentou o facto de Joe Biden ter deportado mais imigrantes haitianos num ano do que os últimos quatro presidentes dos EUA juntos, apesar de o chefe de estado americano ter prometido mudar positivamente a política de migração dos EUA.
O jornalista do Miami Herald Jacques Charles salientou a deterioração das condições de vida no Haiti. Isto levou à emigração de mais de 1% da população haitiana apenas para o Chile.
Os dois membros do painel também mencionaram a revogação, no próximo mês, da lei de saúde comummente conhecida como Título 42. Uma decisão que certamente não irá resolver a discriminação enfrentada pelos imigrantes haitianos que procuram asilo nos Estados Unidos.