O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos está emitindo um alerta sobre a situação dos direitos humanos no Haiti.
Apenas em janeiro de 2024, mais de 1.100 pessoas, a grande maioria das quais eram inocentes e não estavam envolvidas nos conflitos, foram assassinadas, feridas ou sequestradas.
Segundo um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, esse número também inclui cerca de 300 membros de gangues, mais do triplo do que no ano anterior.
A organização da ONU também condena os atos de violência contra mulheres e meninas perpetrados por gangues armadas que estão semeando terror em várias partes do país.
“As áreas controladas pelas gangues se tornaram zonas de terror, onde os residentes são diretamente atacados. As gangues continuam recorrendo a atos de violência sexual contra mulheres e meninas, utilizando essas atrocidades para espalhar o medo e manter seu controle sobre a população”, informa o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
O organismo da ONU também lamenta a violência contra a população civil durante os protestos antigovernamentais que eclodiram em todo o país. Entre janeiro e fevereiro, pelo menos 16 pessoas perderam a vida e dezenas ficaram feridas em confrontos com as forças de segurança.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos insta a tomar medidas urgentes para implantar o mais rápido possível a Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti (MSS). “A situação exige uma resposta concertada e imediata para evitar um agravamento ainda maior”, adverte a organização.
Durante os protestos de 7 de fevereiro, destinados a exigir a saída do primeiro-ministro de fato Ariel Henry, mais de uma dúzia de pessoas, incluindo cinco agentes da Brigada de Segurança de Áreas Protegidas (BSAP), foram assassinadas pela Polícia Nacional do Haiti. Vários jornalistas em vários departamentos do país também foram maltratados por agentes da PNH.
Esses movimentos de protesto refletem o descontentamento generalizado entre a população em relação à incapacidade do primeiro-ministro Ariel Henry, que está no cargo há mais de 30 meses, para garantir sequer a segurança básica da população.