Marcado por confusões, o mandato do deputado estadual Arthur do Val (sem partido) está na mira do Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). O processo foi aberto na sexta-feira (17) passada. Ele tem até o fim desta semana para apresentar uma nova defesa.
Um dos dirigentes do MBL (Movimento Brasil Livre), Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, foi o segundo deputado estadual paulista mais votado em 2018, com 478,2 mil votos —atrás de Janaína Paschoal (PRTB). Sua campanha foi baseada em críticas a adversários da esquerda e ao sistema político tradicional. Na Alesp, continuou com posicionamentos polêmicos, rompeu também com aliados da direita e se isolou politicamente.
Para parlamentares e cientista político ouvidos pelo UOL, seu método de fazer política, agora, deve pesar no processo que pode terminar com a cassação do seu mandato.
- Veja os bastidores da disputa eleitoral em O Radar das Eleições:
O Conselho de Ética da Alesp analisa representações sobre os áudios que Arthur do Val enviou a colegas dizendo que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”.
Ao UOL News, a presidente do colegiado, deputada estadual Maria Lúcia Amary (PSDB), disse que a tendência é que o mandato de Do Val seja cassado.
Na defesa prévia enviada semana passada ao conselho, ele reconhece as frases como “repulsivas” e “grotescas”, mas o advogado Paulo Henrique Franco Bueno afirma que as gravações não podem ser alvo de processo pois foram enviadas a grupos privados, quando o deputado estava licenciado do cargo e em outro país.
Críticas a políticos ao lado de políticos
O cientista político da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Eduardo Grin afirma que o processo de Arthur do Val no Conselho de Ética será, essencialmente, político.
“Essa turma que se elegeu em 2018 com o discurso contra o sistema político é muito isolada, pois gerou muito ranço e oposição de outros políticos, que entendem que essa visão…